no Brasil
Criptomoedas já existem há mais de uma década, mas seu potencial ainda é tão revolucionário quanto incerto. A tecnologia do blockchain permite escriturar todas as transações com mais transparência e os variados protocolos das moedas permitem operações mais ou menos imediatas e seguras, com estrutura muito diferente e grandes vantagens em relação a opções bancárias e financeiras mais tradicionais.
O Bitcoin é a mais conhecida das criptomoedas e seu uso vem sendo gradualmente implementado em casas de apostas e cassinos virtuais. A intenção deste artigo é dar uma visão geral do uso de Bitcoin e outras moedas virtuais em sites de apostas no Brasil: o que são essas moedas, suas vantagens e desvantagens, como transferir e tudo que ajude você a tomar decisões informadas nessa seara.
Criptomoedas podem descritas genericamente como ativos digitais usados financeiramente. Eles podem ser transferidos digitalmente de maneira segura porque funcionam com base em protocolos de criptografia (daí vem o “cripto” do nome), que tornam os valores somente acessíveis entre as duas partes envolvidas na transação, sem intermediações.
O Bitcoin é o maior expoente das moedas digitais no mundo. Ele foi criado em 2009, logo após a histórica crise financeira mundial de 2008, gerada a partir da quebra do setor imobiliário nos Estados Unidos, que levou à falência de bancos gigantescos. A criação do Bitcoin é atribuída a Satoshi Nakamoto, um sujeito tão misterioso que não se sabe se ele existe ou se é o codinome de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. O fato é que essa moeda foi concebida em discussões virtuais, envolvendo vários colaboradores.
Um dos motivos pelos quais o Bitcoin atrai defensores tão aguerridos é que ele é um projeto tecnológico com apelo político e uma “missão”. A crise de 2008 somente aconteceu porque todos os bancos e agências reguladoras financeiras dos Estados Unidos e do mundo foram totalmente lenientes com a venda de produtos financeiros absurdos.
Colocando de maneira bastante simplificada, o colapso econômico decorreu da venda e da revenda de produtos de crédito que obviamente não valiam nada, e que autoridades e bancos minimamente responsáveis jamais permitiriam que circulassem. Para livrar grandes bancos de prejuízos bilionários, convencionou-se que o dinheiro dos correntistas e contribuintes fossem usados pelo governo num grande programa de resgate para restabilizar a economia.
Os arquitetos do Bitcoin (e de outras moedas virtuais) enxergam no futuro um sistema financeiro sem intermediários, tirando o poder de bancos e governos de usar sua influência para manobrar dinheiro de correntistas e contribuintes. Para isso, estruturaram um sistema de valores transferidos em blocos, anonimamente, de maneira segura e com escrituração pública.
Assim, configura-se um sistema com enorme potencial: feito com moedas facilmente acessíveis para compra, mais transparente que o sistema bancário tradicional, ágil e seguro para transferências consensuais entre quaisquer pontos do planeta Terra!
No Brasil, o Bitcoin e as criptomoedas contam com um público crescente de entusiastas. Além disso, diante de tarifas e tributos muitas vezes são um limitador relevantes dos valores transferidos entre jogadores e casas de jogos, o que estimula o teste e a eventual adesão a esses meios de pagamento modernos.
Porém, a adesão das casas de apostas e cassinos virtuais a elas tem sido vagarosa e cuidadosa. Em essência, elas passam a contar como meios de pagamento válidos conforme as plataformas vão percebendo que a adesão do público às novas tecnologias cresce e que o risco em utilizá-las é menor do que o potencial benefício.
A comunidade de detentores de criptoativos cresce no Brasil e o país é um dos cinco países do mundo com maior número de investidores nesse tipo de ativo (mais de 10 milhões de pessoas), mas seria um gigantesco exagero afirmar que eles sejam usados amplamente como meio de pagamento no país, diferentemente do que ocorre em países como a Nigéria, por exemplo. Em regra, as maiores casas de apostas internacionais que atendem o público nacional são bastante reticentes em aderir a essa nova tendência. Alguns operadores oferecem esse método de pagamento, mas são as plataformas de médio e pequeno porte que enxergam nessas novidades um atrativo diferencial para sua clientela brasileira. Nesse sentido, há até plataformas de jogos que se especializam exclusivamente na aposta usando criptoativos.
No Brasil, poucos sites de apostas aceitam depósitos via bitcoin e destes, nem todos aceitam saques com o mesmo método. Portanto, verifique nossa análise para garantir que você também possa sacar com bitcoin, se isto for importante para você, especialmente com relação às taxas de câmbio que poderão incidir.
Veja quais são as grandes vantagens e desvantagens na utilização do Bitcoin para fazer depósitos e saques em casas de apostas brasileiras.
Pagamentos internacionais – O Bitcoin pode ser usado para pagar por virtualmente qualquer produto ou serviço a qualquer momento e em qualquer parte do mundo, contanto que seja aceito entre as partes. A estrutura de transferência já está aí, não precisa do aval de intermediários, e é revolucionária.
Rapidez – Por mais que haja outras criptomoedas mais ágeis do que o Bitcoin, o mecanismo de transferência dele ainda assim é bastante rápido em relação à maioria dos meios de pagamentos usados em sites de apostas.
Menor incidência de tarifas e tributos – No Brasil, o Bitcoin pode ser tributado no Imposto de Renda anual. Porém, não implica pagamento de tributos sobre transferência, como o temido IOF. Além disso, não há intermediários e não costuma implicar em pagamento de tarifas adicionais.
Segurança e privacidade – As transferências são anônimas e imediatas, independentes de intermediação. A escrituração das transações é pública, mas a privacidade é uma das vantagens desse método.
Restrito – não apenas no Brasil, mas na maioria do mundo das plataformas de apostas o Bitcoin e as outras criptomoedas ainda são mais restritas do que opções bancárias convencionais e até mesmo carteiras virtuais e cartões pré-pagos. O uso tem se expandido, mas o Bitcoin definitivamente ainda não é uma referência como meio de pagamento nesse campo.
Volatilidade – Não há dúvida de que o Bitcoin apresenta enorme potencial tecnológico. Porém, ainda não pode ser considerado uma reserva de valor como outras moedas consolidadas. Quem o utiliza sabe que seu valor é intimamente ligado ao dólar e que, se houver oscilação, pode perder ou ganhar radicalmente poder de compra de um dia para o outro. Imagine ver seus depósitos e retiradas evaporando (ou inflando) em segundos…
Irrastreável – É claro que a privacidade no uso do Bitcoin é uma vantagem. Por outro lado, o anonimato torna a moeda suscetível ao uso generalizado por criminosos virtuais. Isso não apenas deslegitima a moeda, mas também faz com que sites de apostas criem novos mecanismos de rastreamento para evitar problemas com a lei.
Vulnerabilidades técnicas – Quedas técnicas, mudanças na blockchain, vulnerabilidades em corretoras de valores e em carteiras virtuais são alguns dos riscos inerentes a essa tecnologia, que ainda não é devidamente regulamentada e, francamente, ainda está em desenvolvimento.
O Bitcoin pode ser obtido por meio de corretoras ou serviços de meios de pagamento:
1) Escolha uma corretora – a compra dessa moeda digital é feita em corretoras de valores especializadas. Funciona de maneira similar a ações da Bolsa ou fundos imobiliários: você escolhe uma corretora com serviços e taxas razoáveis e busca a melhor oportunidade de compra no ambiente da plataforma selecionada. Algumas corretoras populares são: Coinbase, Binance, Gemini e Kraken.
2) Configure sua conta na corretora – você precisará informar seus dados pessoais e adicionar um meio de pagamento usado para comprar a criptomoeda.
3) Configure uma carteira virtual – A carteira virtual é um espaço digital descentralizado em que você poderá armazenar os Bitcoins comprados. É mais seguro armazenar lá do que na corretora. Geralmente, não há incidência de tarifas ou há incidência de pequenas tarifas para transferência a partir dessas carteiras.
1. É necessário ter uma carteira virtual de Bitcoin configurada para fazer um depósito usando esse método.
2. Depois disso, abra a seção de Depósitos da plataforma de jogos de sua preferência.
3. Em regra, o depósito em Bitcoin depende apenas da leitura de um QR Code nessa seção, o que pode ser feito com um celular. Alternativamente, códigos copia-e-cola também são fornecidos (assim você não depende da leitura de um código e de duas telas para pagar).
Geralmente, a opção de retirada fica localizada na seção em que os depósitos são feitos. Algumas plataformas de apostas oferecem a opção de converter os ganhos em diferentes moedas antes de transferir – preste atenção na taxa de câmbio e em tarifas embutidas praticadas nesses casos.
O Bitcoin pode ser utilizado em apostas por celular, contanto que as plataformas de jogos aceitem essa criptomoeda como meio de pagamento. Não é comum encontrar restrições a esse método exclusivamente para usuários de celular. Apenas certifique-se de ter acesso a sua carteira virtual, caso a acesse no mesmo aparelho usado para ver o site de jogos.
Além do Bitcoin, há um grande universo de moedas digitais disponíveis na internet. De fato, cada moeda tem uma proposta e uma estrutura específica e não é exagero dizer que ao menos uma dezena de novas moedas é criada diariamente.
Porém, apenas uma pequena parte dessas moedas virtuais realmente tem potencial e capacidade de atrair milhares de pessoas dispostas a acreditar em seu uso, especialmente como reserva de valor.
As moedas mais comumente aceitas em casas de apostas e cassinos virtuais são poucas. O Bitcoin é a principal delas, mas também encontram espaço nos catálogos de métodos de pagamento o Ether, a Dogecoin, TRON, Litecoin e Bitcoin Cash.
Às vezes também é possível encontrar opções de stablecoin para pagamento, o que diminui a oscilação dos valores depositados ou recebidos. Algumas opções de stablecoins populares são Tether, USD Coin e Binance USD.
